Modelo inovador

Uso de IA na prevenção de morte cardíaca súbita para pacientes em risco

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, criaram um novo modelo de inteligência artificial (IA) que se mostrou muito mais eficaz do que os métodos tradicionais na identificação do problema

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Inteligência artificial consegue verificar o risco de morte súbita -  (crédito:  Photographer: Dragos Condrea)
Inteligência artificial consegue verificar o risco de morte súbita - (crédito: Photographer: Dragos Condrea)
postado em 07/07/2025 06:00

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, criaram um novo modelo de inteligência artificial (IA) que se mostrou muito mais eficaz do que os métodos tradicionais na identificação de pacientes com risco elevado de morte cardíaca súbita. Publicada na revista Nature Cardiovascular Research, a pesquisa utiliza imagens de ressonância magnética e prontuários médicos completos para verificar eventos cardíacos fatais com alta precisão, representando um avanço promissor no cuidado personalizado.

A inovação foi desenvolvida por uma equipe liderada pela professora Natalia Trayanova, especialista no uso de inteligência artificial em doenças cardíacas. O sistema, chamado MAARS (sigla em inglês para "IA multimodal para estratificação de risco de arritmia ventricular"), foi treinado para detectar padrões ocultos nas imagens cardíacas que, até então, não eram compreendidos ou utilizados pelos médicos na prática clínica. Com base nesses dados, o modelo consegue apontar com precisão quais pacientes têm maior propensão a sofrer uma parada cardíaca súbita.

A cardiomiopatia hipertrófica — uma condição genética que afeta até uma em cada 200 pessoas — foi o foco principal do modelo. Apesar de muitos pacientes viverem normalmente, uma parcela enfrenta alto risco de morte súbita. No entanto, identificar esses indivíduos tem sido um grande desafio: os protocolos atuais utilizados nos Estados Unidos e na Europa acertam apenas metade das vezes. Trayanova foi direta "não é muito melhor do que jogar dados".

Com testes realizados em pacientes do Hospital Johns Hopkins e do Sanger Heart & Vascular Institute, na Carolina do Norte, o novo algoritmo atingiu 89% de precisão geral, superando amplamente as diretrizes médicas tradicionais. Entre pacientes de 40 a 60 anos — faixa etária com maior incidência de morte súbita entre os portadores de cardiomiopatia hipertrófica — a taxa de acerto chegou a 93%.

A tecnologia analisa o coração de forma mais aprofundada do que qualquer abordagem usada atualmente. Os resultados são avaliados.

 

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