Trama golpista

"Não são vândalos, são golpistas", diz Moraes ao repreender advogado

Corte em Jeffrey Chiquini, advogado de defesa do réu Filipe Garcia Martins, foi feito durante o depoimento do general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional no governo Bolsonaro

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Moraes: "Doutor, não são vândalos, são golpistas condenados já, quando os golpistas chegaram. As imagens são muito claras, o senhor deve ter acompanhado" - (crédito: Fellipe Sampaio/STF)

Durante o depoimento do general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional no governo de Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes repreendeu em diversos momentos o advogado de defesa do réu Filipe Garcia Martins, Jeffrey Chiquini.

Apesar de Gonçalves Dias alegar, no início de seu depoimento, nunca ter visto Filipe Martins, Chiquini insistiu em fazer questionamentos sem relação direta com os fatos. Após o coronel mencionar que cerca de 900 pessoas trabalhavam em um setor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) responsável pela segurança do Palácio, o advogado questionou se as atribuições eram ostensivas ou patrimoniais.

Ele insistiu nos questionamentos envolvendo as tropas. "Eles tinham curso de CDC?", perguntou. Não satisfeito, perguntou ainda se os militares exerciam função de controle da ordem e de tumulto. O ministro Moraes interveio: "Doutor, o senhor está dando voltas agora, ele já explicou a diferença das tropas, então vamos seguir, doutor". 

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Mais adiante, Chiquini voltou a questionar sobre as tropas no Palácio do Planalto: "A minha pergunta objetiva é: havia tropa de prontidão in loco de prevenção quando os vândalos chegaram?” Moraes corrigiu o advogado: “Doutor, não são vândalos, são golpistas condenados já, quando os golpistas chegaram. As imagens são muito claras, o senhor deve ter acompanhado".

"Quais imagens? Aquelas que desapareceram ou aquelas disponíveis de forma seletiva?", perguntou Chiquini. “O senhor desapareceu com imagens, doutor? O senhor está acusando alguém?, indagou Moraes. "Falei de forma genérica", respondeu o advogado. O áudio foi então interrompido.

Martins, que integra o núcleo 2, é acusado de ter editado a minuta do golpe, encontrada pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres. 

postado em 16/07/2025 11:38 / atualizado em 16/07/2025 13:26
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