CPI DAS BETS

Izalci cobra regulação para influenciadores em publicidade de apostas

Senador defende criação de regras específicas para proteger consumidores de abusos no ambiente digital

Izalci afirmou que o depoimento de Virgínia é uma peça importante para subsidiar o trabalho da comissão -  (crédito: Andressa Anholete/Agência Senado)
Izalci afirmou que o depoimento de Virgínia é uma peça importante para subsidiar o trabalho da comissão - (crédito: Andressa Anholete/Agência Senado)

O senador Izalci Lucas (PL-DF), membro titular da CPI das Bets, defendeu durante o depoimento de Virgínia Fonseca que o Senado avance na elaboração de uma legislação robusta para regular a atuação de influenciadores digitais na promoção de jogos de apostas. “Não estamos aqui para demonizar ninguém, mas é preciso proteger os consumidores e, sobretudo, os mais jovens”, afirmou.

Segundo o parlamentar, há uma lacuna legal em relação à publicidade de apostas online, especialmente quando promovidas por figuras públicas com grande influência entre crianças e adolescentes. “Essas campanhas não podem ser tratadas como publicidade comum. Elas envolvem riscos reais de endividamento e vício”, alertou. Izalci também mencionou a necessidade de regras claras sobre contratos e modelos de remuneração usados pelos anunciantes.

Durante a oitiva, o senador questionou a influenciadora sobre o conteúdo das campanhas e cobrou mais transparência. “A senhora considera ético lucrar com uma atividade em que seus seguidores estão perdendo dinheiro?”, indagou, ao citar suspeitas de cláusulas que previam lucros proporcionais às perdas dos apostadores.

Izalci afirmou que o depoimento de Virgínia é uma peça importante para subsidiar o trabalho da comissão. “A CPI busca entender como funciona essa indústria e propor medidas eficazes para evitar abusos. Estamos lidando com vidas e com um setor ainda pouco regulado”, destacou. Ele também demonstrou preocupação com a ausência de mecanismos eficazes para barrar o acesso de menores às plataformas de aposta.

Ao final da sessão, o senador reiterou que influenciadores devem assumir a responsabilidade pelo conteúdo que promovem. “A audiência não pode ser convertida em risco. Não estamos falando de vender shampoo, e sim de uma atividade que pode destruir famílias”, concluiu. A comissão deve ouvir outros nomes do setor nas próximas semanas e apresentar relatório até o segundo semestre.

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postado em 13/05/2025 14:06
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