Efeito Trump

Brasil não reagirá de forma impulsiva, diz presidente da CNI sobre tarifas

Em encontro com o governo, empresários reforçam união e pedem negociação para adiar tarifas de 50% dos EUA sobre exportações brasileiras

Ricardo Alban:
Ricardo Alban: "Não se trata de retaliação. O que queremos é entendimento" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

Após encontro entre governo e setor produtivo nesta terça-feira (15/7), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que o Brasil “não reagirá de forma intempestiva” às tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as exportações brasileiras.

“O mais importante é que o Brasil não pretende reagir de forma intempestiva. O que entendemos dessa reunião é que o país não vai se precipitar em adotar medidas de retaliação, para que elas não sejam interpretadas apenas como uma disputa”, disse a jornalistas. 

Alban destacou a união entre governo, indústria e agronegócio na busca por uma solução negociada. “Estamos todos trabalhando, todos falando a mesma língua. A racionalidade, o bom senso e o equilíbrio vão prevalecer”, apontou. Ele reiterou ainda que o Brasil não tomará medidas precipitadas. “Não se trata de retaliação. O que queremos é entendimento.”

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o setor produtivo brasileiro vai acionar seus parceiros comerciais nos Estados Unidos, reforçando a importância de uma mobilização bilateral.

Na ocasião, o presidente da CNI reforçou a crítica à elevação das tarifas. “Não faz nenhum sentido que o Brasil saia do piso para o teto sem nenhuma motivação econômica. Isso é algo fatídico, não é especulação”, afirmou. 

Em carta assinada ontem pela entidade, representantes do setor produtivo alinharam a defesa de um adiamento mínimo de 90 dias na aplicação das novas tarifas. Ele defendeu a prorrogação do prazo, mas alertou: “Se pudermos resolver antes do dia 31 de agosto, essa estabilidade é melhor para todo mundo. Viver na imprevisibilidade não ajuda nada”.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, que também participou do encontro, reforçou a confiança na capacidade de negociação do governo brasileiro. “Temos absoluta confiança que os mais de 200 anos de boas relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos não vão se romper dessa maneira. Vamos chegar a um entendimento”, comentou. “Não é só o Brasil que perde, os Estados Unidos também perdem muito.”

A expectativa é de que novas rodadas de negociação e diálogo com os Estados Unidos avancem nos próximos dias, com apoio de empresários, câmaras de comércio e autoridades brasileiras.

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postado em 15/07/2025 14:26 / atualizado em 15/07/2025 14:27
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