
O deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG), presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável (FPMS), criticou o que chamou de “letargia do Parlamento” e o avanço da polarização política que, segundo ele, tem comprometido a construção de uma agenda nacional. A declaração foi dada nesta terça-feira (13/5) durante o CB Talks: Os desafios da agenda de minerais estratégicos para o Brasil, realizado pelo Correio Braziliense, com apoio do Instituto Escolhas.
O evento reúne especialistas, representantes do setor mineral, autoridades públicas e representantes da sociedade civil para discutir as tensões entre preservação ambiental, direitos de comunidades e interesses econômicos na mineração.
Para o parlamentar, o Congresso tem falhado em exercer seu papel de formulador de políticas de longo prazo, e grande parte disso decorre da captura do debate por interesses pessoais e disputas partidárias. “Se o Brasil não sair dessa polarização, com interesses pessoais, aquela arena do Congresso, deixa de ser espaço de construção para virar apenas campo de embate político”, alertou.
Zé Silva fez referência ao processo de redemocratização brasileira, ressaltando que, atualmente, muitos políticos não se preocupam em discutir projetos que beneficiem a sociedade. “Todos nós vivemos as Diretas Já, a saída do regime militar. E o que vemos hoje é um empobrecimento da política. Eu vejo dois tipos de políticos hoje: os que têm saudades das Minas Gerais de Tancredo, do velho Ulysses — e me considero parte deste grupo —, e os que levantam cedo pensando em qual dancinha vão fazer nas redes sociais para ter mais likes”, alfinetou.
Transição energética
Também defendeu a necessidade de o Congresso voltar a se concentrar em pautas estruturantes, como é o caso da Política Nacional de Minerais Estratégicos — tema central do evento. Para ele, o Brasil não pode perder a oportunidade histórica de se consolidar como líder na transição energética global por conta da paralisia política. “O Brasil precisa tomar juízo e deixar de discutir pautas de interesse pessoal para avançar em pautas de Estado”, criticou.
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Ele destacou ainda que, sem a mudança de postura, o país corre o risco de repetir os erros das últimas décadas. “Se não aprovarmos uma política nacional estratégica, teremos uma COP30 em que o Brasil não vai cumprir as expectativas e desperdiçará uma oportunidade única de se posicionar como um dos três principais players do mundo em transição energética”, afirmou o parlamentar.
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