
Há 20 anos, a arte de Fernando Carpaneda encontrou, nos Estados Unidos, “uma liberdade de expressão que talvez não tivesse no Brasil, especialmente por abordar temas como homoerotismo, política e contracultura”. Com a obra O filho do homem, o artista plástico, nascido em Brasília, recebe mais um reconhecimento internacional. Desta vez, do Arkell Museu, de Nova York.
Leia também: Cinebiografia de Ney Matogrosso, Homem com H será exibido no Cine Brasília
Das 284 obras inscritas na exposição The art of New York, apenas 49 foram selecionadas para compor a mostra que teve o trabalho de Carpaneda eleito como o melhor. “Sou um artista gay, imigrante nos Estados Unidos, e a obra premiada retrata um jovem negro, em um momento histórico marcado por retrocessos e ataques às minorias”, ressalta.
Leia também: Ilusionista Gabriel Louzhard desafia a lógica em espetáculo cheio de truques
Movido por sentimento estético de reverência ao corpo humano como “veículo de expressão espiritual”, o artista reposiciona, na pintura, uma figura marginalizada de modo a associá-la à dimensão sagrada. “Quis criar uma imagem que evocasse tanto beleza quanto desconforto, para fazer o espectador repensar seus próprios limites sobre fé, identidade e aceitação”, pontua Carpaneda.
Leia também: Companhia do DF vence Prêmio Web de Teatro com 'A trinca do tempo'
O prêmio renderá, além de exposição individual no Arkell Museum, localizado em Canajoharie, em Nova York, quantia em dinheiro não divulgada. O artista teve trabalhos reconhecidos em outras exposições, no CBGB e no The Leslie Lohman Museum. No ano passado, a prestigiada casa de leilões nova iorquina Sotheby´s também vendeu uma obra dele. “Arte não é apenas trabalho, é forma de existir com autenticidade e coragem”, conclui.
*Estagiário sob supervisão de Nahima Maciel