
Por Júlio Noronha* — Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Durham, no Reino Unido, e anunciada em julho deste ano durante o Encontro Nacional de Astronomia, apontou que existem mais galáxias do que os cientistas previam. De acordo com o documento, a Via Láctea pode estar cercada por 80 a 100 galáxias "fantasmas".
Os pesquisadores conseguiram identificar até mesmo as galáxias com brilho extremamente fraco e quase invisíveis, conhecidas como galáxias fantasmas. O que as torna “fantasmas” é justamente a dificuldade de rastreá-las, devido à perda de matéria escura — um processo causado pela intensa atração gravitacional da Via Láctea, que, ao longo do tempo, acaba “dissolvendo” essa matéria.
Essas galáxias também são chamadas de “órfãs” e são tão difíceis de identificar que, até então, a comunidade científica conhecia apenas cerca de 60 delas. Para localizar as novas, os pesquisadores combinaram super computadores de alta resolução com uma nova modelagem matemática. Essa abordagem permitiu detectar não apenas a existência, mas também as propriedades e a distribuição dessas galáxias.
O estudo reforça a teoria da Lambda Cold Dark Matter (CDM), que propõe que a maioria das galáxias do universo são anãs, orbitando galáxias massivas como a Via Láctea. Os cientistas esperam confirmar as descobertas com a ajuda de telescópios modernos, como o do Observatório Vera C. Rubin, que fica no Chile e possui uma das maiores câmeras digitais do mundo.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes