
A atriz e cantora Letícia Sabatella e o pianista Paulo Braga levaram uma experiência de muita música e emoção ao Teatro Sarah nesta terça-feira (15/7). A dupla apresentou o espetáculo Voz e Piano para pacientes e equipe do Hospital Sarah Kubitschek e arrancou aplausos calorosos da plateia.
As apresentações são parte do programa Arte e Reabilitação, que leva apresentações culturais para dentro da unidade hospitalar. Para o Hospital Sarah, a iniciativa reconhece a importância da cultura e do lazer para o processo de reabilitação dos assistidos.
“É muito especial, eu sempre gosto, de fazer show aqui no Sarah, porque a gente vê aquilo que pareceria impossível acontecer”, conta a atriz, que se apresentou no local pela segunda vez. “Eu não faço arte para outra coisa que não seja para eu poder me enxergar e ajudar a que as pessoas também se espelhem, para a gente poder ter uma sociedade mais saudável mental, emocional, física e socialmente.
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“Hoje ninguém toma remédio para dor, porque já liberou tantas endorfinas boas no cérebro que ninguém vai precisar de remédio”, afirmou a presidente da Rede Sarah, Dra. Lúcia Willadino. Para a médica, a cultura é essencial para um tratamento humanizado.
Em show que homenageia grandes cantoras como Cássia Eller, Elza Soares, Rita Lee e Marília Mendonça, a dupla agitou o público, que cantou junto sucessos da música nacional. Sabatella trouxe ainda versões de cantoras internacionais, como Violeta Parra, Cesária Évora e Amy Winehouse.
Ao final da apresentação, as homenagens ficaram por conta de Vitor Gabriel, 16 anos, e Clarice Hazaoka, 24, pacientes do centro de reabilitação, que entregaram flores e receberam o carinho dos artistas.
O adolescente, que está no Sarah desde 2024, teve que vencer a timidez para ir ao encontro dos músicos no palco. Ele relata que já assistiu a outros espetáculos no Teatro Sarah, mas foi a primeira vez que representou os pacientes na homenagem. “Foi muito especial participar e conhecer as pessoas também, gostei demais”, relata.
Aos 24 anos, Clarice faz tratamento no Sarah desde que tinha um ano. Essa é a primeira vez que fica internada no centro de reabilitação e que pôde subir ao palco do teatro. Para ela, o momento desta terça-feira foi de celebrar a cultura nacional.
“Estou conhecendo novas pessoas, tendo novas oportunidades de evoluir ainda mais como ser humano, porque eu acho que aqui é uma troca, você dá e você recebe também o conhecimento”, comenta. “Já fiz várias amizades, conquistei várias pessoas com um pouco da minha história e isso também está sendo ótimo para mim”.
A jovem, que tem uma paralisia cerebral, mora sozinha e é atleta de halterofilismo, ela conta a trajetória para inspirar outras pessoas. “As pessoas me agradecem, tipo ‘eu te conheci, muito obrigado, você fez eu evoluir um pouco mais’, e isso é muito bom”, finaliza.