Entrevista | LUÍS ANTÔNIO DE ALMEIDA REIS | presidente da Caesb

Caesb: 550 mil hidrômetros serão trocados no DF até 2030

Segundo o presidente da companhia, serão trocados cerca de 100 mil equipamentos por ano, chegando a 550 mil até 2030. O motivo é garantir uma medição correta do volume de água consumido pelos brasilienses

O presidente da Caesb destacou medidas que serão tomadas para melhorar a medição da água consumida pelo DF -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB)
O presidente da Caesb destacou medidas que serão tomadas para melhorar a medição da água consumida pelo DF - (crédito: Marcelo Ferreira/CB)

Ao CB.Poder — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, o presidente da Caesb, Luís Antônio de Almeida Reis destacou ações de substituições de hidrômetros antigos que serão feitas nos próximos meses. Ele também ressaltou, ontem, que está previsto a substituição de 550 mil hidrômetros até 2030. No DF existem cerca de 700 mil equipamentos. Aos jornalistas Adriana Bernardes e Ronayre Nunes, Luís Antônio destacou os níveis dos reservatórios do Distrito Federal, que apresentam uma boa taxa de armazenamento de água para este ano. 

Por que os hidrômetros serão trocados e quantos equipamentos serão substituídos?

O hidrômetro é muito importante para o monitoramento das tarifas que sustentam todo o sistema de saneamento do Distrito Federal. Por esse equipamento, conseguimos avaliar o volume da água que é produzida e distribuída. Fizemos uma série de investimentos para poder trocar 550 mil hidrômetros, cerca de 70% dos equipamentos do DF. A maioria dos hidrômetros que estão instalados é do tipo velocimétrico, que começou a perder a precisão. Em alguns casos, a medição errada acontece de forma drástica. É importante realizar essa troca para diminuir a perda de água e garantir que todas as pessoas paguem de forma correta. Até 2026, vamos trocar 120 mil equipamentos, que representa um investimento muito grande.  

 

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Como essa troca vai funcionar na prática? A população terá que pagar alguma coisa?

Algumas pessoas vão ter um agendamento, serão informadas, porque o hidrômetro fica dentro da residência. As equipes têm que entrar em contato com o morador. Quanto aos equipamentos que ficam fora da residência, ou seja, em área pública, o morador não precisa se preocupar com nada, a Caesb vai fazer o lacre direitinho e a pessoa não precisa se preocupar com nada. Não será cobrado nada pela troca do hidrômetro. 

 

Como a Caesb sabe quais equipamentos precisam ser trocados? Qual equipamento será utilizado para substituir os antigos?

Não existe uma forma de a gente monitorar quais hidrômetros estão fazendo a medição de forma incorreta. Temos todos os equipamentos mapeados no nosso sistema e vamos analisar a idade do hidrômetro. A probabilidade de um hidrômetro velocimétrico de 10 anos estar medindo de forma errada é muito grande. Também vamos aumentar o número de hidrômetros eletrônicos e volumétricos, que são mais modernos, mais precisos e também um pouco mais caros. Vamos trocar os hidrômetros gradativamente até realizar a substituição de todos. 

 

Tem alguma região que será o marco zero dessa iniciativa?

Não tem uma região específica. Temos um mapeamento por idade (do hidrômetro) que é registrado todos os hidrômetros com mais de 10 anos no DF inteiro. Iremos fazer esse trabalho em todas as Regiões Administrativas de forma indiscriminada, tendo como critério a idade do equipamento. Claro que temos um roteiro programado para otimizar a equipe, mas não temos uma escolha de região para iniciar. 

 

Qual é o planejamento para o saneamento básico em regiões que ainda não possuem esse serviço?

Em regiões como Santa Luzia, Morro da Cruz em São Sebastião que precisam ser atendidas e estão nos nossos planos, assim como o setor 26 de Setembro, próximo a Vicente Pires, que também precisa ser atendida. Em Sobradinho, na região da Nova Colina, estamos concluindo as obras que começaram no ano passado. Outras comunidades menores, estamos atendendo pelo Água Legal — programa da Caesb para levar água para comunidades menores que estão em situação irregular —, por meio desse programa, prevemos atender 25 mil famílias até o final de 2026. É sempre um desafio trabalhar com planejamento urbano. 

 

Sobre os investimentos em obras para reservatórios, em que pé está?

Estamos terminando uma obra na EPTG que levará água para o reservatório do Cruzeiro. Fazemos isso por causa de um balanço que temos que mostra os níveis dos reservatórios. Por exemplo, estamos com quase 20% a mais de água no (reservatório do) Descoberto e no de Santa Maria do que no ano passado. Com essa interligação da rede, consigo controlar a vazão desses reservatórios. A obra do Lago Paranoá é bem pesada, cerca de R$ 135 milhões. Temos um sistema supermoderno com a estação de tratamento mais moderna do DF. Dessa estação, distribuímos para outras regiões, para isso, precisamos de tubulações muito grandes para comportar esse volume. Por isso estamos reforçando o sistema para diminuir a pressão em alguns pontos, como no Pipiripau, em Planaltina.

Confira o CB.Poder na íntegra:

* Estagiário sob a supervisão de José Carlos Vieira

 

 


postado em 16/07/2025 01:00
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