
A Polícia Civil do Distrito Federal realizou nesta quarta-feira (14/5) uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Um dos presos é o suposto líder do esquema, identificado como Fabiano da Silva Lira, conhecido como “Chucky”. Segundo a investigação, a conta bancária dele apresentou movimentação de cerca de R$ 6 milhões entre janeiro de 2022 e outubro de 2024. No total, o grupo criminoso movimentou aproximadamente R$ 150 milhões no mesmo período.
Durante a operação, foram cumpridos 22 mandados de prisão temporária e 29 mandados de busca e apreensão em seis cidades: Estrutural (23 ordens judiciais), Paranoá (2), Ceilândia (1), Águas Claras (1), Samambaia (1), todas no DF, e em Aparecida de Goiânia (GO). Também foram realizados 26 bloqueios de contas bancárias ligadas aos investigados.
Siga o canal do Correio no WhatsApp
Segundo a polícia, o grupo utilizava violência para controlar o tráfico de entorpecentes na Estrutural, uma das regiões mais afetadas pela atuação da quadrilha. O cabeça da facção também custeava advogados para membros presos da organização.
O esquema
As investigações revelaram um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro, com a utilização de diversas estratégias para ocultar a origem ilícita dos recursos. A principal delas é conhecida como “smurfing”, técnica que consiste na fragmentação de depósitos em diversas contas bancárias, dificultando o rastreamento.
A polícia também identificou o uso de empresas fictícias ou inativas para movimentar grandes quantias. Ao todo, foram mapeados 12 estabelecimentos comerciais ligados à organização — quatro deles comprovadamente inexistentes nos endereços cadastrados junto aos órgãos públicos. As demais misturavam receitas ilícitas com rendimentos legais, estratégia comum na lavagem de dinheiro.
Entre os casos identificados, uma das empresas registradas em nome do líder da quadrilha emitiu, em apenas seis meses (de fevereiro a agosto de 2020), notas fiscais que somam R$ 2.033.825,00 — valor dez vezes superior ao faturamento declarado. Outro estabelecimento, com capital social de apenas R$ 1.000,00, movimentou R$ 1.602.559,00 entre abril e outubro de 2021.
Os investigados poderão responder por integração a organização criminosa (pena de 3 a 8 anos de prisão), tráfico de drogas (pena de 5 a 15 anos) e lavagem de dinheiro (pena de 3 a 10 anos).
Saiba Mais

Carlos Silva
RepórterFormado em Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB). É repórter na editoria de Cidades do Correio Braziliense. Tem interesse em jornalismo de dados e temas ligados à segurança pública.